No dia 5 de dezembro de 2016 eu estive em uma escola de ensino fundamental do SESI na região do Barreiro, em Belo Horizonte, para conversar com cerca de 50 alunos sobre cidade, urbanismo e espaços públicos. 

Depois de passar um ano conversando com muitos adultos em congressos nacionais e internacionais eu aceitei com muita alegria o convite do professor Bruno Freire e da direção da escola para conduzir uma conversa franca e aberta com o grupo de estudantes com idade entre 11 e 13 anos.

Uma conversa com crianças e adolescentes sobre a cidade é um processo de trocas e aprendizados muito rico que pode nos levar a perceber com mais sensibilidade os espaços públicos enquanto espaços de construção constante da experiência de vida nas cidades. Enquanto alguns estudiosos defendem o ensino de urbanismo nas escolas desde o ensino básico, eu acredito na conjugação entre a educação dentro da escola e aquela fora do ambiente escolar como uma das possibilidades de se escapar do formalismo e autoritarismo que sustentam as nossas concepções de cidade. Ou seja, a relação dos processos educativos com a cidade deve buscar bases antiautoritárias e não-tradicionais para que a subjetividade e a experiência de livre apropriação do território sejam efetivamente ferramentas de transformação do espaço urbano. 

eu publiquei Colin Ward – a escola e a cidade no portal Vitruvius em setembro de 2016 . Trata-se de algumas considerações sobre a importância das contribuições do autor para experiência na cidade. Colin Ward (1924-2010) foi um proeminente e participativo anarquista britânico que se dedicou à educação, à infância e à cidade de uma maneira vigorosa e criativa, contribuindo no Reino Unido para uma visão mais aberta do que concerne o complexo sistema de interseção entre a construção da autonomia, escola, espaço público, habitação e herança cultural. Um comentário mais amplo sobre o artigo está disponível aqui no site através do link.

https://deslocamentos.com/#colin-ward-a-escola-e-a-cidade

O artigo “Labirinto de Rawet” foi publicado em 2016 pela revista Oculum, apresentando a trajetória do engenheiro calculista e escritor Samuel Rawet, e a relação entre sua produção textual e os espaços urbanos, pouco abordada fora dos estudos literários. O ponto de partida para redação do artigo foi a assertiva de que as trajetórias individuais também podem ser cartografadas ou problematizadas historicamente em relação ao espaço e tomadas a partir da multifacetada dinâmica de apropriação e ressignificação do mesmo, sendo indivíduos e grupos seus agentes diretos.

O texto pode ser acessado em http://periodicos.puc-campinas.edu.br/seer/index.php/oculum/article/view/3340